"Enquanto houver, neste País, um só homem sem trabalho, sem pão, sem teto e sem letras, toda prosperidade será falsa."
Tancredo Neves

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O mau filho à casa torna

Na sexta-feira passada, o Brasil assistiu a morte moral do Partido dos Trabalhadores. Por 60 votos a 15, o ex-tesoureiro Delúbio Soares foi readmitido nos quadros da agremiação. Não foi surpresa. Entre os petistas, atributos como ética, honradez e moral já estavam há muito moribundos, vítimas de longa enfermidade. Delúbio e o PT têm tudo a ver: nas hostes petistas, o crime compensa. O mau filho à casa torna.
Delúbio é um dos 38 denunciados pela Procuradoria Geral da República por formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, corrupção e evasão de divisas no escândalo do mensalão. Era um dos cabeças da “organização criminosa” sob investigação do Supremo Tribunal Federal (STF). Também foi condenado a devolver R$ 164 mil aos cofres públicos em Goiás.
“Se Delúbio foi um dos cérebros do mensalão; se a Procuradoria Geral da República classificou o mensalão de crime; se ele figura em processo na condição de réu; e se o próprio PT preferiu expulsá-lo, a sociedade entende com razão que Delúbio não deveria ter voltado ao partido”, escreve Ricardo Noblat n’O Globo de hoje. Tremenda ficha-suja, o tesoureiro do mensalão pretende ser candidato nas eleições de 2012 pelo PT. Delúbio está em casa.
Do ponto de vista ético, o partido já agoniza faz tempo. O escândalo do mensalão foi apenas o coroamento de práticas comuns entre os petistas. Casos como os das prefeituras de Santo André e Campinas, de recursos desviados para os cofres do PT, agora frequentam o noticiário governista rotineiramente. Pouca gente por ali parece se preocupar com esse tipo de podridão. Delúbio foi recebido de volta porque, como autêntico mafioso, “segurou tudo calado”, nas sábias palavras da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP). 
“Aos dirigentes parece pouco importar se vai repercutir mal a concessão de tal recompensa ao silêncio do homem que jurou ser o único responsável pelo esquema de arrecadação e distribuição de dinheiro tido como ‘criminoso’ pela Procuradoria Geral da República”, escreveu Dora Kramer na edição de ontem de O Estado de S.Paulo. Tristes e verdadeiras palavras. 
O mais provável é que Delúbio tenha sido peça menor em todo o esquema de corrupção petista descoberto em 2005. Ou seja, foi apenas uma cabeça entregue com objetivo de poupar o PT e o então presidente Lula. Se Delúbio tivesse falado tudo o que sabia, provavelmente sobrariam poucos petistas para contar a história do vale-tudo da consolidação do partido no poder.
Mas Delúbio não é apenas uma engrenagem de uma organização criminosa. Também é um “delinquente pessoal”, como definiu Janio de Freitas, condenado a devolver recursos para os cofres públicos porque recebia salário como professor da rede pública de Goiás sem pisar em sala de aula. Como tesoureiro do PT, falsificou documentos para dar a impressão de que era um professor ativo. Pelo menos os alunos goianos foram poupados de um mestre pernicioso...
Mas os anos em que Delúbio ficou formalmente longe do PT foram de exílio, sofrimento e solidão? Que nada! Durante a temporada de afastamento combinado com os amigos, Delúbio se dedicou ao que sempre soube fazer de melhor: ganhar dinheiro de maneira obscura.
Sempre próximo do ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT presta consultoria para a construtora Brookfield, uma das mais atuantes no Distrito Federal, revelou a revista Época. A empresa já foi premiada até com a venda de um imóvel de R$ 342 milhões para a Previ, o poderoso fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, controlado pelo PT. Terá sido mera coincidência?
Quando agonizou, vítima do mensalão, Delúbio prognosticou que tudo aquilo terminaria como “piada de salão”. Os próceres do partido – incluindo o ex-presidente da República – dedicam-se diuturnamente a transformar a tenebrosa profecia delubiana em fato. Acham que podem rir da sociedade. Mas quem rirá por último é quem vive uma vida pautada na honradez, na ética e nas boas atitudes. Delúbio pode ter sido aceito de volta no PT, mas num país limpo será sempre um pária.

Fonte: ITV

domingo, 1 de maio de 2011

RIDÍCULO!!! Livros aprovados pelo MEC criticam FHC e elogiam Lula

Livros aprovados pelo MEC criticam FHC e elogiam Lula

Obras atacam privatizações feitas pelo tucano e minimizam o mensalão

Livros didáticos aprovados pelo MEC (Ministério da Educação) para alunos do ensino fundamental trazem críticas ao governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e elogios à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma das exigências do MEC para aprovar os livros é que não haja doutrinação política nas obras utilizadas.
O livro "História e Vida Integrada", por exemplo, enumera problemas do governo FHC (1995-2002), como crise cambial e apagão, e traz críticas às privatizações.
Já o item "Tudo pela reeleição" cita denúncias de compra de votos no Congresso para a aprovação da emenda que permitiu a recondução do tucano à Presidência.
O fim da gestão FHC aparece no tópico "Um projeto não concluído", que lista dados negativos do governo tucano. Por fim, diz que "um aspecto pode ser levantado como positivo", citando melhorias na educação e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Já em relação ao governo Lula (2003-2010), o livro cita a "festa popular" da posse e diz que o petista "inovou no estilo de governar" ao criar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
O escândalo do mensalão é citado ao lado de uma série de dados positivos.
Ao explicar a eleição de FHC, o livro "História em Documentos" afirma que foi resultado do sucesso do Plano Real e acrescenta: "Mas decorreu também da aliança do presidente com políticos conservadores das elites". Um quadro explica o papel dos aliados do tucano na sustentação da ditadura militar.
Quando o assunto é o governo Lula, a autora -que à Folha disse ter sido imparcial- inicia com a luta do PT contra a ditadura e apenas cita que o partido fez "concessões" ao fazer "alianças com partidos adversários".
Em dois livros aprovados pelo MEC, só há espaço para as críticas à política de privatizações promovida por FHC, sem contrabalançar com os argumentos do governo.

MENSALÃO
Já na apresentação da gestão Lula, há dois livros que não citam o mensalão.
Em "História", uma frase resume o caso, sem nomeá-lo: "Em 2005, há que se destacar, por outro lado, a onda de denúncias de corrupção que atingiu altos dirigentes do PT, inúmeros parlamentares da base do governo no Congresso e alguns ministros do governo federal".
A Folha não conseguiu falar com os autores da obra.
Uma das críticas feitas a Lula é o fato de ter continuado a política econômica do antecessor.
Os livros aprovados pelo MEC no Programa Nacional do Livro Didático são inscritos pelas editoras e avaliados por uma comissão de professores. Hoje, 97% da rede pública usa livros do programa.
São analisados critérios como correção das informações e qualidade pedagógica. As obras aprovadas são resenhadas e reunidas em um guia, que é enviado às escolas públicas para escolha dos professores.

Fonte: Folha de São Paulo